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Vini Jr. desabafa em entrevista e chora ao falar sobre luta contra o racismo: “Cada vez tenho menos vontade de jogar”

Em uma entrevista emocionante antes do amistoso entre Brasil e Espanha, o atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, desabafou sobre a constante luta contra o racismo que enfrenta dentro e fora dos campos. Com lágrimas nos olhos, ele revelou que a cada dia que passa, a vontade de jogar futebol diminui.

Reprodução: Real Madrid

“É cada vez mais triste. Cada vez eu tenho menos vontade de jogar”, disse Vini Jr., emocionado. “Acredito que seja muito triste tudo que eu venho passando a cada jogo, a cada dia, a cada denúncia vai aumentando. É muito triste, não só eu, mas todos os negros que sofrem no dia a dia. O racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros passam no mundo”.

O jogador destacou a falta de punições para os autores dos crimes, o que o deixa cada vez mais triste e desmotivado. “É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido”, afirmou. “A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando”.

Vini Jr. também criticou a falta de medidas mais contundentes por parte das entidades responsáveis, como FIFA, Conmebol e UEFA. “Quero agradecer desde já a todos os jogadores da Espanha que sempre que dão entrevista estão me apoiando, fazendo tudo para que a Espanha mude seu pensamento. Não só a Espanha, em todo lugar tem muito racismo. Espero que a gente possa fazer tudo para diminuir cada vez mais o racismo. Os jogadores da Espanha estão me ajudando muito, falando coisas que no início só eu falava. Sempre peço que Fifa, Conmebol, Uefa possam fazer mais coisas, como a CBF está fazendo, vem me ajudando para que possamos evoluir como seres humanos, para que todos possam estudar para ver o que os pretos passam e passaram. O que eu passo não é nem perto do que todas essas pessoas passaram. Eu quero lutar por aqueles que são pretos”.

Apesar da tristeza e da frustração, Vini Jr. se declara pronto para o amistoso contra a Espanha. “Acredito que eles têm que falar menos de tudo o que eu faço de errado dentro de campo, é claro que tenho que evoluir, mas tenho 23 anos, é um processo natural, saí muito novo do Brasil, não pude aprender tantas coisas. Tenho 23 anos e sigo estudando. Por que os repórteres da Espanha, que são mais velhos do que eu, não podem estudar e ver o que realmente está acontecendo? Cada vez estou mais triste, cada vez tenho menos vontade de jogar, mas vou seguir lutando”, disse.

O jogador reconhece que ainda há um longo caminho pela frente, mas se mostra determinado a continuar lutando. “Vou seguir lutando por eles, hoje tenho uma força grande dentro de mim, da minha casa, da minha família, eles me apoiam em tudo o que vou fazer. Nem todos têm esse apoio, podem vir aqui falar por tantas pessoas. Eu quero seguir por eles, por todas pessoas que sabem o que passo e passei e que sabem que é muito difícil”, afirmou.

A entrevista de Vini Jr. é um momento importante na luta contra o racismo no futebol. Sua voz ecoa o sofrimento de tantos que são vítimas de ofensas e discriminações. É hora de as entidades responsáveis tomarem medidas efetivas para punir os autores desses crimes e garantir que todos os jogadores possam ter o direito de jogar futebol em paz.