Após sua prisão pela Polícia Federal na noite de quinta-feira (21), o ex-jogador de futebol Robinho, 40 anos, foi encaminhado para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde deverá permanecer isolado por pelo menos dez dias. Essa medida faz parte do protocolo de segurança adotado para todos os novos detentos do sistema prisional paulista.
De acordo com informações da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Robinho ocupará uma cela especial de 2 metros por 4 metros, destinada exclusivamente para o isolamento, com capacidade para duas pessoas. No momento, ele está sozinho na cela, e a visitação de familiares só será permitida após o término do período de observação, mediante o credenciamento regular.
O tempo de observação visa avaliar possíveis ameaças dentro da prisão e pode variar de acordo com o perfil do detento. No caso de Robinho, espera-se que ele possa ser transferido para o convívio com outros presos após o cumprimento do período mínimo exigido.
A entrada de Robinho na prisão ocorreu por volta da 1h da madrugada, em uma exceção à regra, feita pelo governo paulista a pedido da Polícia Federal, com o intuito de evitar aglomerações de curiosos e da imprensa.
Diferentemente da exigência comum de raspar o cabelo ao entrar no sistema prisional, Robinho foi poupado desse procedimento, já que seu corte de cabelo foi considerado adequado às normas de inclusão. Essa decisão segue precedentes anteriores, como o caso do empresário Thiago Brennand em maio de 2023.
Durante o processo de inclusão na prisão, a SAP atribuiu a Robinho um número de matrícula no sistema prisional e forneceu um kit padrão contendo uniforme e materiais de higiene pessoal. A alimentação fornecida segue o cardápio padrão da SAP, comum a todos os detentos.
O advogado do ex-jogador havia apresentado um pedido ao Supremo Tribunal Federal para tentar reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que determinou que Robinho cumpra no Brasil a pena a que foi condenado na Itália. Entretanto, o pedido foi negado na quinta-feira à noite.
Robinho foi condenado na Itália por participação em um caso de violência sexual em grupo. Ele e outros cinco amigos foram acusados de estuprar uma mulher embriagada em um camarim. O ex-jogador sempre negou as acusações.
A prisão de Robinho pegou sua família de surpresa, que esperava que o STF concedesse um habeas corpus. Seus parentes afirmaram que ele estava tranquilo, mas preocupado com a reação de seus filhos diante da situação. A defesa continua confiante na possibilidade de reverter a decisão em breve.