Premier League recusa repasse bilionário a ligas inferiores e gera crise no futebol inglês que pode envolver até governo britânico
13 de março de 2024 / 13:23
Uma proposta de repasse de R$ 5,7 bilhões da Premier League para as divisões inferiores do futebol inglês foi rejeitada, gerando uma crise no esporte nacional. A recusa, liderada por pelo menos 10 clubes da elite, incluindo Arsenal, Chelsea, Liverpool e Tottenham, coloca em risco a estabilidade financeira de 72 clubes das ligas inferiores.
A proposta, apresentada pelo CEO da Premier League, Richard Masters, visava distribuir 900 milhões de libras (R$ 5,7 bilhões) ao longo dos próximos cinco anos como forma de “mecanismo de solidariedade”. Para ser aprovada, precisava do apoio de 14 dos 20 clubes da Premier League, mas a forte oposição impediu que a proposta sequer fosse votada.
A recusa do repasse causou grande repercussão e o governo britânico, que já vinha pressionando a Premier League a contribuir mais com as ligas inferiores, ameaçou intervir na questão. A secretária de Cultura, Lucy Frazer, se reuniu com representantes da Premier League e da English Football League (EFL) na tentativa de evitar uma intervenção, mas o impasse persiste.
A EFL é responsável pelas ligas Championship (segunda divisão), League One (terceira) e League Two (quarta), que reúnem 72 clubes. A recusa do repasse coloca em risco a saúde financeira desses clubes, muitos dos quais já enfrentam dificuldades.
Há mais de dois anos, o governo britânico vinha cobrando da Premier League um maior repasse de recursos para as ligas inferiores, como forma de garantir a sustentabilidade do futebol como um todo. A recusa da proposta atual pode levar a uma intensificação dessa cobrança e, possivelmente, a uma intervenção direta do governo na gestão do futebol inglês.
A recusa do repasse pela Premier League gera grande incerteza sobre o futuro do futebol inglês. A EFL, os clubes das divisões inferiores e o próprio governo pressionam por uma solução, enquanto a Premier League se mostra resistente a abrir mão de uma quantia tão significativa. As negociações continuam, mas o futuro do futebol inglês está em jogo.