Em uma sentença histórica, o jogador brasileiro Daniel Alves, de 40 anos, foi condenado a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual pela Justiça da Espanha. A decisão foi proferida pela juíza Isabel Delgado Pérez, da 21ª Seção da Audiência de Barcelona. Além da pena de prisão, o lateral terá que cumprir cinco anos em liberdade vigiada.
A denúncia refere-se a um incidente ocorrido em dezembro de 2022, quando Daniel Alves teria agredido sexualmente uma mulher dentro de uma boate em Barcelona. A sentença também impõe que o jogador se mantenha afastado da vítima, sua casa ou local de trabalho, por pelo menos um quilômetro, e proíbe qualquer tipo de contato.
O jogador, que atualmente cumpre prisão preventiva há 13 meses, teve seu quinto pedido de liberdade negado com a decisão desta quinta-feira. Cabe recurso da sentença para ambas as partes.
A Justiça espanhola declarou em comunicado que “ficou provado que a mulher não consentiu e que existem elementos de prova, além do testemunho da denunciante, para entender comprovada a violação”. O tribunal considera que o ato foi de “ausência de consentimento, com uso de violência, e com acesso carnal”, conforme destacado na decisão.
A acusação pedia pena máxima de 12 anos, enquanto a promotoria solicitava nove anos de prisão. A defesa de Daniel Alves buscava a absolvição do jogador. No entanto, a sentença aceitou apenas o pagamento de uma multa como atenuante, rejeitando a intoxicação alcoólica como fator mitigador.
Daniel Alves, que não esteve presente durante a leitura da sentença, contratou a advogada Inés Guardiola após a saída de seu antigo advogado em outubro do ano passado. A defesa anunciou que irá recorrer da decisão, enquanto a promotoria celebrou o veredito.
O caso foi marcado por diversas reviravoltas, com o jogador apresentando cinco diferentes versões até a última, na qual alega embriaguez. Depoimentos de profissionais da medicina forense e psicólogos foram apresentados durante o julgamento, incluindo a indicação de sintomas de estresse pós-traumático pela vítima.
A sentença destaca a presença do DNA de Daniel Alves no corpo da denunciante, comprovação da penetração, e a ausência de lesões vaginais, enfatizando que casos de violência nem sempre resultam em ferimentos físicos.
O jogador, que estava no Pumas, do México, na época da prisão, teve seu contrato rescindido pelo clube. O caso continuará a gerar repercussões e debates sobre a violência sexual e o papel do esporte diante de tais acusações.