O Brasil não ocupa mais a liderança no ranking global de jogos suspeitos de manipulação, conforme revelou o relatório anual da Sportradar, empresa referência em tecnologia esportiva e parceira de entidades como a CBF, Conmebol, Uefa e Fifa. Em 2024, houve uma redução de 48% no número de partidas suspeitas no país em comparação ao ano anterior.
A análise mostra que 57 jogos foram considerados suspeitos no Brasil, sendo quatro em competições organizadas pela CBF. Em 2023, esse número havia alcançado 110, mantendo o Brasil na liderança global do ranking. Já em 2022, foram registrados 152 casos suspeitos, dos quais 139 estavam relacionados ao futebol.
Essa queda expressiva foi acompanhada por um reforço de medidas preventivas. Entidades como a CBF, federações estaduais e clubes, além de empresas de apostas esportivas, intensificaram esforços para combater a manipulação, como apontou uma reportagem publicada pelo ge em outubro.
Prevenção e impacto nas competições
Jogo suspeito, segundo os critérios da Sportradar, é aquele que apresenta indícios críveis ou provas contundentes de manipulação de resultados. No Brasil, esses casos estão concentrados principalmente em competições regionais e divisões inferiores, organizadas por federações estaduais.
Ainda que a elite do futebol nacional também enfrente desafios relacionados às apostas esportivas, muitos jogadores desconhecem as restrições sobre o tema ou falham em proteger informações privilegiadas.
Cenário global segue a tendência de queda
A diminuição dos casos não foi observada apenas no Brasil. Globalmente, a Sportradar detectou 1.108 partidas suspeitas em 2024, uma redução de 17% em relação a 2023. Esses casos foram identificados em 95 países, abrangendo 12 esportes e seis continentes.
O futebol continua sendo o esporte com o maior número de jogos suspeitos no mundo, somando 721 casos em 2024 — uma redução de 160 em relação ao ano anterior. Apesar disso, a integridade esportiva segue elevada: 99,5% dos eventos analisados pela Sportradar permanecem livres de manipulação.
A empresa, que monitorou mais de 850 mil eventos no último ano, foi responsável por embasar 104 sanções relacionadas à integridade esportiva em sete modalidades e 15 países.