Em busca de um novo treinador após a saída de Felipão, o Atlético-MG tem Gabriel Milito como “plano A”. O argentino, de 43 anos, é um dos nomes que estão na lista do clube, que mira técnicos estrangeiros para a temporada.
Segundo apurou o ge, a ideia do Galo é contactar o staff de Milito até o fim da semana e dar início as tratativas. O perfil traçado pelo clube é claro: um futebol mais ofensivo, que envolva o adversário, em ruptura com o estilo de Felipão.
Ex-zagueiro, Milito teve passagens por Independiente, Zaragoza e Barcelona como jogador. Na Espanha, conquistou títulos como a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes. Como treinador, comandou Estudiantes, Independiente, O’Higgins (Chile) e Argentinos Juniors, com destaque para o trabalho continental com o Argentinos Juniors entre 2021 e 2023.
Milito costuma montar times que propõem o jogo, com construção elaborada e trocas de passes desde a defesa. O goleiro tem papel ativo nesse processo. A saída de bola geralmente tem três jogadores e dois no apoio mais adiante. O treinador utiliza laterais ou meias na linha defensiva para facilitar a construção.
Uma das formações que adotou no último trabalho foi o 3-4-1-2, com variações para um meio mais preenchido ou um único atacante. Ele gosta de jogadores dinâmicos e trabalha muito com trocas de posição. O meia, mais próximo dos atacantes, pode recuar para ajudar na situação de ataque.
A atitude de seus times também se aplica quando estão sem a bola. A marcação é alta, com pressão desde o ataque para forçar a construção pela lateral do adversário. Se a saída for pelo meio, o time adota uma linha de cinco atrás, mantendo a postura agressiva.
Na bola parada, a marcação é mista e tem como base o espaço como referência, e não o adversário.
Gabriel Milito é um técnico que não abre mão das suas convicções em qualquer trabalho. O maior desafio será enfrentar a pressão por títulos no Galo, como Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.
Declarações e convicções
Em entrevista ao jornal La Nacion em dezembro de 2023, o treinador falou sobre suas convicções e a possibilidade de abrir mão delas para conquistar títulos:
“Relaciono o ato de vencer com a convicção, e é muito difícil convencer um grupo se você não estiver convencido. Você convence através da paixão, e as coisas pelas quais você é apaixonado são as que você sente: as genuínas. Aquelas que geram uma emoção em você. Aí, um dia ou num jogo, temos que abrir mão das coisas que pensamos…, porque o futebol não é linear.”
“Tem dias que você quer desenvolver algo e não dá certo, ou o rival te controla bem, ou te domina. Pois bem, nesse dia tentaremos levar o jogo adiante da melhor maneira que pudermos. Da maneira mais conveniente. Se o jogo mostrar que erramos antes do jogo, bom, temos que ter alternativas.”
Perguntado sobre propostas que recusou, Milito foi direto: busca um projeto.
“Quero trabalhar, mas não sou obcecado em trabalhar. Tem que ser um projeto, como nasceu o Argentinos. Eu tenho que sentir isso. Claro que quero trabalhar, mas tem que ser algo que realmente me mova. Pode ser na Argentina ou no exterior, lá não acontece.”