Acusado de violar regras do Fair Play financeiro, Manchester City entra com ação judicial contra a Premier League
5 de junho de 2024 / 16:18
O Manchester City abriu uma nova frente de batalha contra a Premier League, desta vez nos tribunais. O clube entrou com um processo legal contra a liga inglesa por questões que vão desde as regras de patrocínio até o modelo de votação entre os times. As audiências privadas sobre o caso devem começar na próxima segunda-feira (10).
A ação do City se concentra nas Regras de Transação com Partes Relacionadas (APT), que limitam como os clubes podem firmar acordos de patrocínio ou obter receitas com empresas ligadas aos seus donos. As regras foram aprovadas em fevereiro deste ano, após a compra do Newcastle pelo fundo de investimentos saudita em 2021, com o objetivo de evitar a inflação artificial de contratos de patrocinadores por parte dos proprietários dos clubes.
O City se sente discriminado pelas novas regras e argumenta que elas têm como objetivo único prejudicar o seu sucesso. O clube tem uma extensa rede de patrocinadores ligados a empresas e figuras do City Football Group (CFG), conglomerado que controla o time. Na temporada 2022/23, metade da receita total do City (R$ 4,7 bilhões) veio da área comercial, com um aumento de 50% desde 2019.
O presidente do Manchester City, Khaldoon al-Mubarak, criticou as medidas da Premier League, afirmando que elas tornarão a liga “menos competitiva”. “A Premier League se tornou o que é hoje por ser a liga mais competitiva do mundo. Espero que haja mais bom senso nas regulamentações. Já existem muitas restrições sobre transferências e empréstimos de jogadores”, disse al-Mubarak aos canais oficiais do clube.
Além de questionar as regras de patrocínio, o City também critica o modelo de votação da Premier League, onde qualquer proposta precisa de 14 dos 20 votos para ser aprovada. O clube considera essa regra uma “tirania da maioria”.
Vale lembrar que o Manchester City já está sob investigação da Premier League por 115 supostas violações das regras financeiras. As audiências sobre este caso estão previstas para novembro, e o clube nega qualquer irregularidade.